Amma e Yurugu: caos e equilíbrio na história Dogon

Imagem
Introdução Por que o mundo é como é? Por que a ordem e o caos parecem caminhar lado a lado desde sempre?  Para o povo Dogon , do Mali , essas perguntas não são meras abstrações filosóficas — elas são respondidas por uma história ancestral que atravessa gerações.  No centro dessa narrativa estão duas figuras fundamentais: Amma , o princípio criador, e Yurugu (também chamado de Ogo ), a entidade da incompletude e da desordem.  Longe de serem apenas personagens simbólicos, eles representam forças reais e atuantes na construção e no funcionamento do universo.  A tradição Dogon não apresenta uma visão maniqueísta do mundo.  Em vez disso, oferece uma leitura complexa, onde o desequilíbrio não é um erro, mas uma parte inevitável do processo cósmico.  Este artigo mergulha na história de Amma e Yurugu , explorando suas ações, consequências e o que elas revelam sobre a visão Dogon da existência. Segundo os Dogon , Yurugu vagaria eternamente pelo cosmos em busca...

SKADI – A DEUSA NÓRDICA DO GELO, DA VINGANÇA E DA LIBERDADE

INTRODUÇÃO


No panteão NÓRDICO, dominado por figuras como Odin e Thor, existe uma deusa que se destaca por sua força, frieza e independência. 

Seu nome é SKADI, a senhora das montanhas geladas, da justiça e da vingança. 

Ao contrário das deusas submissas retratadas em muitas culturas, Skadi é símbolo de AUTONOMIA, CAUSA JUSTA e ESCOLHA PESSOAL

Sua história revela um lado sombrio e fascinante dos antigos deuses nórdicos – um lado em que o frio da neve se mistura com o fogo da indignação. 

Quem foi essa mulher que ousou confrontar os Aesir

E o que sua história ainda nos revela sobre a natureza divina e os direitos humanos?


Skadi com lança e manto de pele em cenário nevado.
Representação de Skadi, a deusa nórdica do inverno em paisagem gelada.


A VINGANÇA DE UMA FILHA FERIDA


SKADI era filha do gigante Thiassi, morto pelos deuses Aesir após um roubo celestial. 

Ao saber da morte do pai, ela desceu das montanhas geladas com o coração ardendo de vingança. 

Com seu arco, suas botas de neve e sua determinação, invadiu o salão dos deuses exigindo JUSTIÇA

Assustados com sua presença e temendo represálias, os deuses buscaram apaziguá-la. 

Como compensação, ofereceram-lhe um marido entre eles. 

Skadi aceitou, mas com uma condição peculiar: só poderia escolher o companheiro olhando apenas os pés. 

Ela esperava escolher o belo Baldur, mas acabou com Njord, deus do mar. 

A união fracassou, pois seus mundos eram opostos. 

Essa história marca uma das raras vezes em que uma deusa confronta os deuses por honra e direito familiar.


DEUSA DO INVERNO E DO ISOLAMENTO


Skadi é descrita como uma deusa do FRIO, DA SOLIDÃO E DAS MONTANHAS GELADAS

Diferente de outras divindades que buscavam palácios e glória, ela preferia viver isolada na vastidão da natureza selvagem. 

Esse isolamento, no entanto, não era fraqueza, mas FORÇA SILENCIOSA

Ela representa o espírito daquele que se recusa a se curvar, mesmo diante da grandeza dos deuses. 

Seu vínculo com o inverno simboliza resistência, introspecção e a coragem de permanecer fiel a si mesmo, mesmo quando tudo ao redor pede submissão.

 Skadi não foi moldada para agradar — ela foi forjada para resistir.


A JUSTIÇA QUE NÃO SE CURVA


Skadi não apenas exigiu justiça pela morte do pai. 

Ela impôs limites aos deuses, e mesmo aceitando um acordo, não se curvou totalmente. 

Sua presença no panteão nórdico quebra os moldes tradicionais do feminino submisso. 

Ela é uma caçadora, uma juíza, uma senhora das decisões próprias. 

Algumas versões indicam que ela até participou de julgamentos ao lado de Odin. Seu nome se tornou símbolo de poder e equilíbrio. 

Se muitas deusas representavam o amor ou a fertilidade, Skadi representa o direito de dizer “não”, de buscar vingança, e de permanecer inteira, mesmo diante das pressões do coletivo.


Skadi e Odin lado a lado em um julgamento nórdico.
Representação de Skadi e Odin, em trajes vikings, participando de um julgamento solene em um salão escuro.



O LEGADO DA DEUSA INDOMÁVEL


Hoje, Skadi é lembrada por mulheres e homens que buscam força interior em tempos difíceis. 

Sua energia fria e firme inspira aqueles que escolhem a SOLIDÃO em vez da submissão. 

Ela não busca agradar — busca ser fiel a si mesma. E é exatamente essa fidelidade que a torna divina. 

Em tempos modernos, sua figura renasce como arquétipo da LIBERDADE PESSOAL, da JUSTIÇA PRÓPRIA e da FORÇA SILENCIOSA

Ela nos lembra que o verdadeiro poder nem sempre grita. 

Às vezes, ele apenas resiste, em silêncio, no alto de uma montanha gelada.


CONCLUSÃO


Skadi não é uma deusa comum — ela é um manifesto. 

Um símbolo de resistência contra a dominação, de justiça sem piedade, e de independência acima de tudo. 

Sua história, embora antiga, continua viva, inspirando aqueles que se recusam a se curvar diante dos sistemas. 

Em um mundo onde ainda se esperam submissões veladas, ela surge como a lembrança gélida de que a liberdade é um direito sagrado, e que nem mesmo os deuses devem escapar do julgamento.

Comentários