Amma e Yurugu: caos e equilíbrio na história Dogon
Do Homem ao Divino é um portal de conhecimento e revelações profundas sobre os grandes mistérios da humanidade. Aqui exploramos deuses ancestrais, mitos que podem ser verdades, livros apócrifos e proibidos, e as possíveis origens divinas ou cósmicas da criação. Do barro ao espírito, da terra as estrelas, mergulhe com a gente em uma jornada que desafia as versões oficiais da história. Se você busca respostas além da Bíblia, além da ciência e além do visível... este é o seu lugar.
Entre as figuras mais reverenciadas da tradição ancestral indiana, Shiva ocupa um lugar singular.
Chamado de Mahadeva — o Grande Deus, Shiva é associado à transformação, ao tempo, à destruição criativa e à regeneração.
Sua presença atravessa milênios, sendo reconhecida por diferentes escolas filosóficas e espirituais como uma força que transcende forma, dogma e definição.
Neste artigo, vamos explorar quem é Shiva, seu papel dentro da Trimúrti, seus atributos simbólicos e o que ele representa para aqueles que ainda hoje estudam e reverenciam sua presença como parte de um conhecimento ancestral profundo.
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| Dizem que quando Shiva medita, o próprio tempo silencia para ouvir sua consciência divina. |
Na tradição védica, o universo é regido por três grandes forças: Brahma (criação), Vishnu (preservação) e Shiva (transformação).
Juntos, eles formam a Trimúrti, o tripé que sustenta o ciclo cósmico.
Shiva não é apenas o “destruidor” — como frequentemente é simplificado — mas sim o transformador.
Ele representa o momento em que algo precisa ser encerrado para que o novo possa surgir.
Sua função é essencial: sem transformação, não há renovação.
E essa destruição não é violenta ou punitiva — é natural, cíclica, como as estações, como o envelhecer, como o fim de um ciclo que prepara o terreno para o próximo.
Shiva é representado com diversos símbolos que carregam significados profundos:
Trishula (tridente): representa os três aspectos do tempo — passado, presente e futuro — e também os três estados da consciência.
Terceiro olho: simboliza a visão além da dualidade, a percepção que transcende o mundo físico.
Cobra no pescoço: representa o domínio sobre o medo e a morte.
Cinzas no corpo: indicam desapego e a natureza transitória da matéria.
Dança cósmica (Nataraja): Shiva dançando simboliza o ritmo do universo — criação, preservação e destruição em harmonia.
Esses elementos não são apenas decorativos.
Eles comunicam ideias complexas sobre tempo, consciência, transformação e equilíbrio.
Shiva é considerado por muitos como o primeiro yogue, o mestre original da disciplina que une corpo, mente e energia.
Ele é retratado em meditação profunda, isolado nas montanhas, em silêncio absoluto — não como fuga, mas como presença total.
Essa imagem de Shiva como yogue não é apenas simbólica.
Ela representa a busca pela integração interior, pela transcendência dos limites da mente e pela conexão com o que está além da forma.
Para aqueles que seguem caminhos de autoconhecimento, Shiva é inspiração e referência.
Ele não ensina por palavras, mas por postura, por silêncio, por presença.
Shiva é tradicionalmente associado ao Monte Kailash, considerado por muitos como o centro espiritual do mundo.
Não há templos construídos no topo — porque o próprio monte é visto como templo vivo.
Esse espaço não é apenas geográfico, mas simbólico.
Representa o ponto mais elevado da consciência — o lugar onde o silêncio é absoluto e onde a presença de Shiva pode ser sentida por aqueles que se aproximam com reverência.
Muitos peregrinos ainda hoje fazem jornadas até Kailash, não como turismo, mas como forma de se conectar com essa energia ancestral que transcende tempo e cultura.
Shiva é chamado de Kala — o tempo.
Ele não está dentro do tempo; ele é o tempo.
Tudo o que nasce, cresce, envelhece e morre está sob sua regência.
Sua dança cósmica, o Tandava, é uma expressão desse movimento universal.
Cada gesto, cada passo, representa uma fase do ciclo da existência.
Não há caos nessa dança — há ritmo, ordem e propósito.
Para aqueles que estudam essas tradições, Shiva é o lembrete de que tudo está em movimento, e que a transformação é inevitável.
Resistir a ela é sofrer; aceitá-la é crescer.
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| A dança de Shiva simboliza o ritmo eterno do universo — o nascimento, a morte e o renascimento de todas as coisas. |
Shiva permanece como uma presença viva na memória espiritual da humanidade.
Para seus seguidores e estudiosos, ele representa a força que transforma, o tempo que ensina e o silêncio que revela.
Não é necessário vê-lo como uma divindade para reconhecer o valor de seus ensinamentos.
Shiva é símbolo, arquétipo e espelho interior.
Ele nos convida a olhar para o que precisa ser encerrado, para o que pode ser renovado, e para o que permanece além da forma.
Refletir sobre Shiva é abrir espaço para compreender os ciclos da existência com mais profundidade.
E nesse espaço, cada um decide como se relacionar com esse conhecimento — seja como estudo, como inspiração, ou como legado.
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