Amma e Yurugu: caos e equilíbrio na história Dogon

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Introdução Por que o mundo é como é? Por que a ordem e o caos parecem caminhar lado a lado desde sempre?  Para o povo Dogon , do Mali , essas perguntas não são meras abstrações filosóficas — elas são respondidas por uma história ancestral que atravessa gerações.  No centro dessa narrativa estão duas figuras fundamentais: Amma , o princípio criador, e Yurugu (também chamado de Ogo ), a entidade da incompletude e da desordem.  Longe de serem apenas personagens simbólicos, eles representam forças reais e atuantes na construção e no funcionamento do universo.  A tradição Dogon não apresenta uma visão maniqueísta do mundo.  Em vez disso, oferece uma leitura complexa, onde o desequilíbrio não é um erro, mas uma parte inevitável do processo cósmico.  Este artigo mergulha na história de Amma e Yurugu , explorando suas ações, consequências e o que elas revelam sobre a visão Dogon da existência. Segundo os Dogon , Yurugu vagaria eternamente pelo cosmos em busca...

Perséfone: A Rainha do Submundo na Mitologia Grega

Introdução


Perséfone é uma das figuras mais marcantes da mitologia grega

Filha de Deméter e Zeus, ela protagoniza um dos relatos mais antigos e complexos da tradição helênica: sua descida ao submundo e posterior ascensão à condição de rainha ao lado de Hades.  

A história de Perséfone envolve temas como poder, transformação, ciclos naturais e relações entre deuses do Olimpo e do mundo inferior. 

Neste artigo, vamos explorar os registros mitológicos sobre Perséfone, desde sua origem até seu papel como soberana do reino dos mortos, com base nas fontes clássicas da Grécia Antiga.


Perséfone e Hades sentados com cães infernais
Na mitologia grega, Perséfone governava o submundo ao lado de Hades, e Cérbero era o cão guardião da entrada — às vezes retratado com múltiplas cabeças.


Infância e Origem


Perséfone nasceu da união entre Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade, e Zeus, o rei dos deuses. 

Na juventude, era conhecida como Kore, que significa “donzela” ou “moça”.  

Ela vivia entre os campos e florestas, acompanhando sua mãe e outras divindades da natureza. 

Era associada à primavera e ao florescimento, sendo retratada como uma jovem bela, serena e ligada à vegetação.


O Rapto por Hades


O episódio mais conhecido envolvendo Perséfone é seu rapto por Hades, deus do submundo. 

Segundo o Hino a Deméter, uma das principais fontes sobre o mito, Perséfone colhia flores em um campo quando a terra se abriu e Hades emergiu em sua carruagem negra, levando-a para o mundo subterrâneo.  

O rapto foi autorizado por Zeus, embora Deméter não soubesse. 

A dor da mãe foi tão profunda que ela abandonou suas funções como deusa da colheita, fazendo com que a terra se tornasse estéril.  

Durante esse período, os humanos sofreram com a escassez de alimentos, e os deuses começaram a se preocupar com o equilíbrio do mundo.


A Busca de Deméter


Deméter vagou pela Terra em busca da filha, recusando-se a retornar ao Olimpo. 

Ela se disfarçou de mortal e passou por diversas cidades, até que Hécate e Hélio revelaram o paradeiro de Perséfone.  

Deméter exigiu que Zeus interviesse. 

Para restaurar a fertilidade da Terra, Zeus ordenou que Hades permitisse o retorno de Perséfone

No entanto, antes de partir, ela havia comido sementes de romã — alimento do submundo — o que a vinculava àquele reino.


O Acordo e o Ciclo Anual


Como resultado, foi estabelecido um acordo: Perséfone passaria parte do ano com sua mãe na superfície e parte com Hades no submundo.  

Esse ciclo marca o início das estações: quando Perséfone está com Deméter, a Terra floresce (primavera e verão); quando retorna ao submundo, a Terra entra em repouso (outono e inverno).  

Esse arranjo foi aceito pelos deuses e passou a integrar o calendário agrícola e religioso da Grécia Antiga.


Perséfone como Rainha do Submundo


Ao lado de Hades, Perséfone tornou-se rainha do submundo

Diferente da imagem de vítima, ela passou a exercer autoridade sobre os mortos e os mistérios da vida após a morte.  

Ela é mencionada em diversos textos como uma figura justa, mas firme, capaz de decidir o destino das almas.  

Perséfone também aparece em rituais de iniciação, como os Mistérios de Elêusis, onde sua presença simbolizava a passagem entre mundos e a revelação de verdades ocultas.


Aparições em Outros Mitos


Além do seu próprio relato, Perséfone aparece em outras histórias da mitologia grega.  

- Orfeu e Eurídice: Quando Orfeu desce ao submundo para resgatar sua amada, é Perséfone quem intercede junto a Hades para permitir que ela retorne à vida.  

- Adônis: Em algumas versões, Perséfone disputa com Afrodite o amor de Adônis, dividindo seu tempo entre os dois mundos.  

- Heracles: Durante sua jornada ao submundo, Heracles encontra Perséfone e recebe permissão para levar Cérbero à superfície.

Essas aparições reforçam seu papel como mediadora entre o mundo dos vivos e dos mortos.


Culto e Representações


Perséfone era cultuada em diversas regiões da Grécia, especialmente em Elêusis, onde os Mistérios Eleusinos celebravam sua descida e retorno.  

Esses rituais eram secretos e envolviam ensinamentos sobre a morte, renascimento e a natureza cíclica da existência.  

Na arte, Perséfone é retratada como uma jovem com vestes longas, segurando uma romã ou uma tocha. 

Em algumas representações, aparece ao lado de Hades, sentada em um trono ou caminhando entre os mortos.



Perséfone segurando romã entre paisagens opostas
Segundo o mito, Perséfone passa parte do ano no submundo e parte na Terra, explicando o ciclo das estações na tradição grega.



Reflexão Final


A história de Perséfone, registrada em fontes como o Hino a Deméter, é uma narrativa rica em detalhes e significados.  

Embora muitos estudiosos interpretem seu mito como uma metáfora dos ciclos naturais ou da psicologia humana, o relato em si já oferece uma estrutura poderosa sobre transformação, poder e equilíbrio.  

Perséfone não é apenas uma figura mitológica: ela representa uma passagem, uma mudança de estado, uma ponte entre mundos.  

No Do Homem Ao Divino, sua história é contada como parte do legado cultural da Grécia Antiga — uma tradição que continua a inspirar, ensinar e provocar reflexões sobre o tempo, a vida e o que existe além da superfície.


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